quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fichamentos

GRILLO, Laura Brunelli das Neves et al. Mutações no gene da metilenotetrahidrofolato redutase e síndrome de Down. Cad. Saúde Pública [online]. 2002, vol.18, n.6, pp. 1795-1797. ISSN 0102-311X.


"A metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR)
atua na regulação das reações de metilação celulares, catalisando a conversão do 5,10 metilenetetrahidrofolato para 5-metiltetrahidrofolato, onde o radical metil é doado para a remetilação da homocisteína para metionina. Esta
reação é importante para a síntese de 5-adenosilmetionina (SAM), o mais importante doador
de metil para o DNA, proteínas de construção
e reações de metilação de lipídios. Da atividade reduzida da MTHFR, resulta um aumento
da necessidade de consumo do ácido fólico, para manter normais as remetilações de homocisteína para metionina. Na ausência de ácido
fólico suficiente, a homocisteína intracelular se
acumula e a ressíntese de metionina é reduzida, comprometendo as principais reações de
metilação (Frosst et al., 1995). Diversas doen-
ças, principalmente neurológicas, cardíacas e
vasculares, com presença de homocistinúria
e/ou homocistinemia, têm sido relacionadas à
deficiência de enzimas que atuam na metila-
ção, principalmente a MTHFR (van der Put et
al., 1995). 
James et al. (1999) investigaram a deficiência da MTHFR em mães de portadores de síndrome de Down (SD) e encontraram um acú-
mulo de mães portadoras da deficiência. Há
evidências de que a falha na disjunção do cromossomo 21 na meiose I materna possa ocorrer em virtude de fenômenos de hipometilação,
que poderiam ser oriundos do metabolismo
anormal do folato, decorrente das mutações
677 (C→T) e 1298 (A→C) do gene da MTHFR,
localizado no cromossomo 1.
O objetivo deste estudo foi o de avaliar a
presença dessas mutações em mães que tiveram filhos com SD, verificando se há uma concentração significativa de genitoras com essas
mutações. "(p.1796)


"A amostra estudada é constituída de 36 mães
de portadores da SD (78% caucasóides e 22%
negróides). A idade das mães variou de 16 a 42,
com uma média de 28,47 e desvio padrão de
5,83. Todas as crianças tinham diagnóstico de
trisomia livre por cariótipo. Foram analisados
aleatoriamente 200 indivíduos adultos da população geral para controle (77% caucasóides e
23% negróides). A extração de DNA foi procedida conforme o método descrito por Woodhead et al. (1986), com algumas modificações.
O método de análise foi a reação em cadeia da
polimerase seguida de digestão enzimática específica."(p.1796)



"Por esses dados preliminares, pudemos constatar que o genótipo 677 (C→T)/1.298 (A→C)
seria um fator de risco importante na Síndrome de Down. Esse dado vem confirmar a importância da administração do ácido fólico antes da concepção, que, além de diminuir a chance de nascimento de crianças com defeitos de
fechamento de tubo neural, poderia reduzir a
chance de nascimento de crianças com síndrome de Down."(p.1797)


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