quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fichamentos

RAYNERIO COSTA, Marques  e  MARREIRO, Dilina do Nascimento. Aspectos metabólicos e funcionais do zinco na síndrome de Down. Rev. Nutr. [online]. 2006, vol.19, n.4, pp. 501-510. ISSN 1415-5273.

"Este estudo relata os aspectos funcionais do zinco, bem como a participação desse mineral nas alterações
metabólicas presentes em indivíduos portadores de Síndrome de Down. A maioria dos trabalhos realizados
observou que o estado nutricional relativo ao zinco nesses pacientes está inadequado, com alterações no
sistema antioxidante, imunológico e no metabolismo dos hormônios da tireóide. Estudos in vitro apontam
que o zinco participa como cofator da enzima deiodinase tipo II na conversão periférica de Tiroxina em
Triiodotironina, e que essa reação está diminuída em indivíduos portadores de Síndrome de Down, o que
cont r ibui  para a mani fes tação de di s túrbios ,   como o hipot i reoidi smo  subc l íni co.  As  al terações  na
compartimentalização do zinco no organismo desses indivíduos também favorecem a expressão excessiva da
enzima cobre/zinco (Cu/Zn) superóxido dismutase, com aumento do estresse oxidativo, e ainda alterações no
sistema imune. Na Síndrome de Down, tem sido demonstrada melhora no metabolismo dos hormônios
tireoidianos e na função imune, após a suplementação com zinco. Portanto, o papel metabólico do zinco na
Síndrome de Down deve ser mais pesquisado, tendo em vista que esse mineral pode contribuir no controle
das alterações metabólicas comumente presentes em indivíduos portadores dessa síndrome."(p.501)

"Diversos estudos têm sido conduzidos
visando esclarecer os mecanismos envolvidos nas
alterações observadas nas enzimas que compõem
o sistema de defesa antioxidante em pacientes
com Síndrome de Down. Nesse sentido, já foi
observado um aumento em torno de 50% da
atividade da Cu/Zn superóxido dismutase nos
eritrócitos desses indivíduos, devido à expressão
aumentada do gene em células de pacientes com
a presença adicional de um cromossomo 21
38
.
Já Neve et al.
39
 avaliaram as concentra-
ções plasmáticas e eritrocitária de zinco e cobre
em 29 indivíduos com Síndrome de Down, e em
um grupo controle (n=32). Além disso, investigaram a relação entre esses parâmetros e a
atividade da enzima superóxido dismutase. Os
autores verificaram reduzidas concentrações de
zinco e cobre no plasma dos pacientes com
trissomia 21 e elevado nível desses minerais nos
eritrócitos, quando comparadas aos controles. Os
pesquisadores sugeriram que esse aumento
poderia ser explicado pela elevada atividade da
enzima Cu/Zn superóxido dismutase verificada
nessas células."(p.506) 

"Existem evidências experimentais que
demonstram alterações na distribuição do zinco
em organismos de indivíduos portadores da
S í n d r ome   d e   D own ,   b em  c omo   d i s t ú r b i o s
b i o q u ími c o s ,  me t a b ó l i c o s   e / o u   h o rmo n a i s ,
manifestados pela deficiência desse mineral.
Várias pesquisas mostram os resultados promissores da suplementação com zinco na melhora de
quadros clínicos, como o hipotireoidismo subclí-
nico e alterações do sistema imune. Novos estudos
sobre os mecanismos de interação do zinco
diretamente com as enzimas que participam da
conversão dos hormônios tireoidianos, ou influenciando a produção de citoquinas que participam
do sistema imune, poderão fornecer bases para o
entendimento bioquímico da interação desse
mineral com as alterações hormonais e imunoló-
gicas na Síndrome de Down. O desdobramento
desse conhecimento poderá nortear outros ensaios
clínicos para estabelecer o potencial terapêutico
do zinco sobre o hipotireoidismo, o estresse
oxidativo e a deficiência do sistema imune."(p.508)

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