sexta-feira, 3 de junho de 2011

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

molécula

SILVA, Terezinha Rodrigues et al. Controle de diabetes Mellitus e hipertensão arterial com grupos de intervenção educacional e terapêutica em seguimento ambulatorial de uma Unidade Básica de Saúde. Saude soc. [online]. 2006, vol.15, n.3, pp. 180-189. ISSN 0104-1290.



"As doenças crônicas não transmissíveis, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), são atualment e   a   p r i n c i  p a l   c au s a   d e  mo r t a l i d  a d e   n o  mu n d  o
(Manton, 1998). No Brasil (Chor e col., 1995) as doen-
ças do aparelho circulatório constituem hoje a principal causa de morte. Segundo o Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo (Proaim), em 2001, ocorreram
20.945 mortes por essas causas, correspondendo a
32,3% de todos os óbitos do município (SMS-PMSP,
2003 a). As doenças do aparelho circulatório são a
principal causa de morte em quase todas as regiões
da cidade (SMS-PMSP, 2004). Na Sub-prefeitura da
Lapa, onde a Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Romana está localizada, as principais causas de óbito
são: doença isquêmica do coração, doença cerebrovascular, pneumonia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crô-
nica (DPOC) e diabetes (SMS-PMSP, 2003 b).
A hipertensão arterial, além de ser um dos principais problemas de saúde no Brasil, eleva o custo mé-
dico-social, principalmente pela complicações que
causa, como as doenças cerebrovasculares, arterial
coronariana, vascular de extremidades, insuficiência
cardíaca e insuficiência renal crônica (Mion e col.,
2002 a).
No Brasil, os estudos de prevalência de hipertensão arterial são poucos e não-representativos, mas
mostram alta prevalência, variando de 22% a 44%
(Freitas e col., 2001).
Um estudo feito em São Paulo em 1990 mostrou
prevalência de 22% (Rego e col., 1990) , enquanto outro realizado em 1997 na cidade de Cotia (Grande São
Paulo), 44 % (Martins e col., 1997).
A hipertensão apresenta grande morbidade, com
altos custos envolvidos no seu tratamento (Flack e col.,
2002). Espera-se que com o controle adequado da pressão haja redução dos índices de mortalidade e morbidade e dos custos correlacionados a essa doença
(Neal e col. 2000).
A diabetes é outro importante e crescente problema de saúde pública. Sua incidência e prevalência
estão aumentando no mundo todo, alcançando propor-
ções epidêmicas."(p.81)


"Diversas publicações têm reportado em diferentes
países, a importância de programas educativos para
promover maior adesão ao tratamento, resultando em
melhor controle da hipertensão arterial e/ou diabetes
(Ambrosio e col., 1988; Gruesser e col., 1996; Gonzáles
e col., 1997).
Em nosso meio, poucas publicações relatam esse
tipo de estudo e, quando o fazem, incluem grupos pequenos de pacientes, com acompanhamento de curto
prazo, embora apontem resultados favoráveis (Santos
e Baracho, 1995; Maia e Araújo, 2002).
Além disso, os estudos referem-se a intervenções
que se limitam a um elenco de conferências, sobre
informações a respeito da doença, suas complicações
e os cuidados que elas demandam. Não há trabalhos
mostrando intervenções na educação do autocontrole
da doença nem sobre seguimento regular, vinculado
a consultas médicas e à garantia do fornecimento da
medicação. É possível que somente em serviços de
saúde em que o agendamento de consultas possa ser
determinado pelo agente da intervenção, seja possí-
vel realizar esse tipo de trabalho, em função da dificuldade em se manter um grupo de pacientes em
acompanhamento por meses, quando a procura por
consultas seja determinada pelos pacientes.
O nosso programa operou além da intervenção de
orientação sobre a doença, suas complicações e os
cuidados que devem ser tomados, um seguimento regular, associado à garantia do fornecimento de medicamentos, controles das doenças (hipertensão e diabetes) e atendimento preferencial em intercorrências.
Os resultados obtidos demonstraram melhora absoluta e relativa nos níveis de pressão arterial e glicê-
mico. Não houve um controle absoluto sobre todos os
determinantes de baixa adesão, como conhecimento
da doença, uso regular da medicação, controle perió-
dico da pressão e/ou diabetes, convocação de faltosos,
homogeneização dos grupos, etc., no entanto, a eficá-
cia das intervenções ficou comprovada"(p.86)


"A intervenção no tratamento e no acompanhamento
de pacientes hipertensos e diabéticos, através da formação de grupos para ação educativa, seguimento
regular, garantia de fornecimento de medicação e
atendimento de intercorrências, por equipe multidisciplinar, num período de 30 meses, mostrou-se notavelmente útil no controle destas doenças crônicas.
Esse tipo de intervenção pode ser mantida e ampliada no atendimento dos serviços públicos de saúde.
Para maior eficácia, deve ser institucionalizada, independentemente de mudanças político-administrativas, por meio da incorporação de mais profissionais
de saúde e maior participação da comunidade."(p.87)

Fichamentos

FRAGOSO, Luciana Vládia Carvalhêdo et al. Vivências cotidianas de adolescentes com diabetes mellitus tipo 1. Texto contexto - enferm. [online]. 2010, vol.19, n.3, pp. 443-451. ISSN 0104-0707.


"A International Diabetes Federation (IDF) 
revela que a cada ano mais de 70 mil crianças e 
adolescentes desenvolvem Diabetes Mellitus do 
tipo 1 (DM 1). Diante deste quadro, a assistência 
ao adolescente com Diabetes Mellitus (DM) e suas 
famílias deve visar o viver mais saudável, indo 
além do conhecimento sobre as alterações físicas e 
psíquicas, mas é necessário também compreender 
as experiências construídas por essas pessoas no 
processo de viver com a doença.
1
Dessa maneira, os profissionais encarregados 
de promover a saúde dos adolescentes devem 
fazer uso da visão positiva que os adolescentes 
possuem de si, tendo como meta subsidiá-los na 
aceitação de seus potenciais e limites e na capacidade de ousar a vida.
2-3
 Para tanto, é preciso ser 
conhecido suas histórias e experiências, o significado que atribui à saúde e à doença e sua correlação 
com os modos de vida.
1
A descoberta do DM 1 em um adolescente 
requer além da incorporação de novos hábitos 
como o uso da insulina, realização de glicemia e 
a incorporação da atividade física diária, mas em 
especial perpassa pela aceitação da condição de 
portador de DM 1 que por vezes é percebida como 
uma doença que impõe limitações além das físicas, 
pois coloca a pessoa numa condição crônica pelo 
resto de sua vida.
4
Então, estar aberto a compreender o viver 
do adolescente com diabetes é ponto fundamental para que se preste uma assistência eficaz e se 
propicie uma melhor qualidade de vida para o 
mesmo, minimizando os sentimentos negativos. 
Contudo, no âmbito hospitalar de muitas instituições públicas que atendem adolescentes diabéticos, percebemos que parte dos profissionais 
ainda permanecem voltados para o controle glicêmico, em detrimento dos aspectos existenciais, 
dicotomizando seu corpo entre ser diabético e ter 
diabetes, numa clara demonstração que o cuidado 
ainda é mais voltado para doença do que para o 
ser que a possue. 
Todavia, muitos profissionais de saúde 
tentam compreender o que os adolescentes com 
DM 1 buscam para o seu tratamento e cuidado, 
através de ações mais humanizadas, centradas no 
respeito e na troca de saberes, numa relação mais 
horizontal. Tal aspecto ganha destaque inclusive 
em pesquisas. Dentre as encontradas três são destacáveis pelos seus achados."(p.444)


"Trata-se de um estudo descritivo de cunho 
qualitativo. A pesquisa foi desenvolvida no ambulatório de um hospital universitário de referência 
em atendimento aos portadores de diabetes, localizado na cidade de Fortaleza-CE. Na instituição, os 
adolescentes com DM recém-diagnosticados têm 
consultas mais freqüentes no serviço, com a melhora da saúde o acompanhamento normalmente 
acontece a cada três meses. A equipe de saúde era 
composta por endocrinologistas, um enfermeiro 
gerente e dois assistenciais, nutricionistas e técnicos de enfermagem. 
Participaram do estudo 14 adolescentes 
com DM 1, com pelo menos um ano de tratamento, de ambos os sexos, procedentes do interior ou 
capital, na faixa etária de 12 a 18 anos. A opção 
por adolescente em tratamento para diabetes 
há pelo menos um ano ocorreu para auxiliar 
na obtenção de dados mais consistentes, pois 
haveria um tempo de experiência maior com a 
doença e um cenário com riqueza de informa-
ções, ambos requisitos importantes no delineamento qualitativo de pesquisa.
7  
A faixa etária 
foi delimitada com base no Estatuto da Criança 
e do Adolescente.
8  
O estudo foi realizado no período de junho 
à outubro de 2008, após autorização do Comitê de 
Ética em Pesquisa da instituição. Foram realizadas 
entrevistas semi-estruturadas com três perguntas 
norteadoras como forma de pré-teste com três jovens. Diante das limitações percebidas nessa fase 
novas questões foram acrescidas a fim de se obter 
mais dados acerca da experiência do adolescente 
em ter uma doença crônica como o DM 1.
P a r a   c o l e t a r   o s   d a d o s   s e   a g u a r d a v a   o 
comparecimento do adolescente na sala de procedimentos para coleta de exames laboratoriais, 
quando era explicado o objetivo da pesquisa ao 
mesmo e ao seu responsável e solicitado a assinatura do responsável ou do adolescente, caso 
tivesse idade ≥ 18 anos, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As entrevistas 
foram gravadas em aparelho MP 4, antes ou após 
o adolescente ter realizado sua consulta, salas 
privativas, para não prejudicar o fluxo do serviço 
e garantir o sigilo, a privacidade e a qualidade 
da gravação."(p.445)


"Será que conhecer a realidade cotidiana do 
adolescente com DM 1 contribui com o melhor manejo do seu tratamento? Sim, conhecer a realidade 
vivida pelos adolescentes com DM 1 e compreender suas experiências cotidianas nos permitiu identificar alguns aspectos que contribuirão de maneira 
positiva ou negativa para o manejo do tratamento 
do DM. Através dos discursos dos adolescentes 
percebemos suas dificuldades ou facilidades para 
lidar com uma doença crônica diariamente.
Os discursos revelaram que para nos apropriarmos de um cuidado com qualidade é preciso 
ouvir os adolescentes, para assim podermos construir uma assistência que valorize seus sentimentos, atitudes, relações sociais, culminando assim 
em adolescentes competentes para o autocuidado, 
e que por isso terão poucas complicações em decorrência do DM, por receberem assistência profissional e familiar integral com vistas à promoção 
de sua saúde. Mas, para isso, é necessária uma 
remodelagem na forma de assistir ao adolescente 
com DM 1, priorizando suas necessidades e planejando juntamente com eles e seus familiares ações a "(p.449)

Fichamentos

GRILLO, Laura Brunelli das Neves et al. Mutações no gene da metilenotetrahidrofolato redutase e síndrome de Down. Cad. Saúde Pública [online]. 2002, vol.18, n.6, pp. 1795-1797. ISSN 0102-311X.


"A metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR)
atua na regulação das reações de metilação celulares, catalisando a conversão do 5,10 metilenetetrahidrofolato para 5-metiltetrahidrofolato, onde o radical metil é doado para a remetilação da homocisteína para metionina. Esta
reação é importante para a síntese de 5-adenosilmetionina (SAM), o mais importante doador
de metil para o DNA, proteínas de construção
e reações de metilação de lipídios. Da atividade reduzida da MTHFR, resulta um aumento
da necessidade de consumo do ácido fólico, para manter normais as remetilações de homocisteína para metionina. Na ausência de ácido
fólico suficiente, a homocisteína intracelular se
acumula e a ressíntese de metionina é reduzida, comprometendo as principais reações de
metilação (Frosst et al., 1995). Diversas doen-
ças, principalmente neurológicas, cardíacas e
vasculares, com presença de homocistinúria
e/ou homocistinemia, têm sido relacionadas à
deficiência de enzimas que atuam na metila-
ção, principalmente a MTHFR (van der Put et
al., 1995). 
James et al. (1999) investigaram a deficiência da MTHFR em mães de portadores de síndrome de Down (SD) e encontraram um acú-
mulo de mães portadoras da deficiência. Há
evidências de que a falha na disjunção do cromossomo 21 na meiose I materna possa ocorrer em virtude de fenômenos de hipometilação,
que poderiam ser oriundos do metabolismo
anormal do folato, decorrente das mutações
677 (C→T) e 1298 (A→C) do gene da MTHFR,
localizado no cromossomo 1.
O objetivo deste estudo foi o de avaliar a
presença dessas mutações em mães que tiveram filhos com SD, verificando se há uma concentração significativa de genitoras com essas
mutações. "(p.1796)


"A amostra estudada é constituída de 36 mães
de portadores da SD (78% caucasóides e 22%
negróides). A idade das mães variou de 16 a 42,
com uma média de 28,47 e desvio padrão de
5,83. Todas as crianças tinham diagnóstico de
trisomia livre por cariótipo. Foram analisados
aleatoriamente 200 indivíduos adultos da população geral para controle (77% caucasóides e
23% negróides). A extração de DNA foi procedida conforme o método descrito por Woodhead et al. (1986), com algumas modificações.
O método de análise foi a reação em cadeia da
polimerase seguida de digestão enzimática específica."(p.1796)



"Por esses dados preliminares, pudemos constatar que o genótipo 677 (C→T)/1.298 (A→C)
seria um fator de risco importante na Síndrome de Down. Esse dado vem confirmar a importância da administração do ácido fólico antes da concepção, que, além de diminuir a chance de nascimento de crianças com defeitos de
fechamento de tubo neural, poderia reduzir a
chance de nascimento de crianças com síndrome de Down."(p.1797)