Os dentes do ofício: a evolução do trabalho dos dentistas
Eles já recomendaram bochechos com xixi e foram especialistas em cortar cabelos - mas salvaram nossa pele ao inventar a anestesia. Conheça a milenar (e assustadora) saga dos dentistas
por Mariana Sgarioni
Deitado, de boca aberta há vários minutos, o homem não pára de suar frio. Na luta para lhe extrair um dente do siso, o dentista apóia os cotovelos no peito do paciente. O sangue jorra até que, enfim, o dente sai na ponta do alicate – o temido boticão. Esta cena aconteceu há mais de 2 mil anos. Mas pode também ter acontecido agora há pouco, em um consultório perto da sua casa. “O cirurgião deve agarrar firmemente a cabeça do paciente entre seus joelhos e aplicar umboticão robusto, extraindo o molar verticalmente, para que não se quebre”, escreveu Albucassis, cirurgião árabe do século 5. É lógico que hoje contamos com novas tecnologias – a começar pela anestesia –, mas o método e os instrumentos para esse tipo de intervenção não mudaram tanto assim. Deve ser por isso que, quando se fala em dentista, muita gente sente um certo incômodo (para não dizer pânico).
Embora nosso imaginário sugira outra coisa, os dentistas estão bem longe de serem torturadores sádicos. Foram eles que batalharam, por exemplo, para inventar aanestesia, que nos livra de dores muito piores que as de dente. Tiveram ainda uma importante participação na pesquisa de medicamentos e cuidados que contribuíram muito para a evolução do saneamento e da saúde pública. Entretanto, é verdade que, apesar de ter se estabelecido em cima de sólidos preceitos científicos, a história da odontologia passa por alguns momentos horripilantes. Prepare-se para conhecê-la melhor a partir de agora. E pensar sobre isso quando estiver sentado numa sala de espera, lendo uma revista velha e ouvindo Ray Conniff, enquanto aguarda por mais uma sessão daquele famigerado tratamento de canal.
Os mais antigos relatos conhecidos sobre problemas com os dentes têm cerca de 5 mil anos. Eles dizem que as cáries seriam causadas por “vermes” e foram encontrados em tabletes de argila sumérios feitos na Mesopotâmia, a planície situada entre os rios Tigre e Eufrates (no atual Iraque). Na mesma região, foram achadas peças de limpeza dentária, como palitos feitos de metal trabalhado, que teriam sido elaboradas por volta de 3500 a.C. Demoraria um bocado, entretanto, para que alguém achasse necessário formar profissionais especializados em odontologia.
Os primeiros dentistas de que se tem notícia eram médicos. O mais antigo deles foi o egípcio Hesi-Re, que viveu há cerca de 4500 anos. Ele era conhecido como o “maior médico que tratava dos dentes” – modo como foi eternizado em hieróglifos. Parece que a especialidade de Hesi-Re e seus contemporâneos era a extração – é o que indicam os crânios banguelas daquela época que foram encontrados. O que não faltava era trabalho: os egípcios sofriam de uma grande variedade de enfermidades dentais, causadas por falta de higiene e por sua alimentação. A farinha usada no pão, base da dieta egípcia, vinha carregada de grãos de areia. O mesmo acontecia com os vegetais, que eram cultivados em solo arenoso e não eram lavados adequadamente. O hábito involuntário de mastigar areia causava um desgaste enorme nos dentes, além de inúmeros abcessos na boca.
Papiros catalogados na Universidade de Leipzig, na Alemanha, registram diversos tratamentos egípcios para doenças bucais. Para o dente que “corrói as partes altas da carne”, um deles recomenda “amassar uma pasta e aplicar sobre o dente uma parte de cominho, uma parte de incenso e uma parte de cebola” – imagine só o resultado. Já para os abcessos, o tratamento dos egípcios era feito com furos na gengiva, que aliviavam a pressão das bolas de pus que se formavam no local.
Na Grécia antiga, os hábitos de higiene bucal eram um pouco mais parecidos com os nossos. Diocles de Caristo, médico que viveu no século 4 a.C., aconselhava: “A cada manhã deveis esfregar vossas gengivas e dentes com os dedos desnudos e com menta finamente pulverizada, por dentro e por fora, e em seguida deveis retirar todas as partículas de alimento aderidas”. Já os romanos, influenciados pela cultura grega, usavam pós dentifrícios – parentes distantes dos cremes dentais – feitos à base de ossos, cascas de ovos e conchas de ostra. A escovação também foi defendida por ninguém menos que Maomé. No Oriente Médio do século 7, o fundador do islamismo orientava seus seguidores a usarem o siwak – o precursor da escova de dentes, feito de um ramo de árvore cuja madeira contém bicarbonato de sódio.
A principal contribuição dos muçulmanos para a odontologia foi dada por Avicena, que viveu entre 980 e 1037. Um dos médicos mais respeitados do Oriente Médio, ele lançou princípios que chegaram à Europa e se tornaram a base do tratamento dentário medieval. O principal deles se refere a fraturas de mandíbula: Avicena recomendava a aplicação de uma bandagem de fixação em torno do queixo, cabeça e pescoço, além de uma pequena tábua ao longo dos dentes.
O aumento de prestígio dos cirurgiões-barbeiros, como passaram a ser chamados, começou a causar confusão dentro da medicina. Em 1540, o rei Henrique VIII, da Inglaterra, publicou um estatuto para a Real Comunidade dos Cirurgiões-Barbeiros, delimitando as áreas de atuação dos barbeiros e dos médicos. As extrações dentárias ficaram permitidas aos dois grupos. Até o século 18, a maior parte dos barbeiros seguiu oferecendo serviços dentários aos seus clientes. E a odontologiacontinuou sendo exercida de forma um tanto mambembe, por profissionais muitas vezes inaptos. Alguns, por exemplo, costumavam armar tendas em mercados e feiras livres – assistir às manipulações bucais feitas pelos barbeiros era uma das diversões preferidas dos passantes.
Além de ter sido pioneiro nas próteses, Fauchard dotou o gabinete de dentista de cadeira apropriada (antes os tratamentos eram, em geral, feitos no chão) e defendeu a odontologia preventiva. Algumas das receitas eram bizarras: Fauchard mandava, por exemplo, enxaguar a boca de manhã com várias colheradas da própria urina. Apesar disso, foi reverenciado por seus sucessores. “Considerando as circunstâncias em que viveu, Fauchard merece ser lembrado como um ilustre pioneiro e fundador da ciência odontológica. Se sua prática era tosca, isso se deveu aos tempos”, disse certa vez o dentista americano Chaplin Harris, que em 1840 fundou a primeira escola de odontologia do mundo, o Baltimore College of Dental Surgery, nos Estados Unidos.
Pouco depois que Harris fundou sua faculdade, um dentista americano deu uma contribuição decisiva para minimizar o sofrimento dos pacientes. Em 1844, o jovem Horace Wells resolveu fazer uma experiência em si mesmo: inalou óxido nitroso – ou “gás hilariante” – antes de um colega lhe extrair um dente. O gás havia sido descoberto em 1776 pelo cientista inglês Joseph Priestley, que provara sua capacidade de acalmar as dores físicas e provocar uma sensação agradável. Sob efeito do gás, Wells não sentiu dor alguma. E virou uma celebridade instantânea.
A fama de Wells, entretanto, durou pouco mais de um mês. Numa demonstração de extração dentária com óxido nitroso, feita diante de um grupo de cirurgiões da Universidade Harvard, o paciente sentiu uma dor danada. Tudo porque Wells retirou o gás antes do tempo. A banca examinadora não perdoou e ele acabou caindo em descrédito. Nesse meio-tempo, quem se deu bem foi William Thomas Green Morton, aluno de Wells que, aconselhado pelo químico Charles Jackson, substituiu o óxido nitroso por éter. Depois de fazer testes em animais e em si mesmo, extraiu um dente de um paciente com absoluto sucesso – ou seja, sem um só grito de dor.
Wells, Morton e Jackson se engalfinharam para provar quem tinha sido o inventor da anestesia. Em 1848, Wells acabou se suicidando de desgosto. Só seis anos depois é que um congresso da Associação Médica Americana resolveu bater o martelo e disse que o descobrimento da anestesia tinha sido obra do “recém-desaparecido Horace Wells”. Morton e Jackson morreram na miséria.
Após a controvertida invenção da anestesia, os dentistas ainda ajudaram muito no avanço das ciências da saúde – aperfeiçoando a radiografia, por exemplo. Mas nem por isso os pacientes sorriem de gratidão quando pensam nos tratamentos odontológicos. Há cerca de dez anos, a Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo fez uma pesquisa para saber que tipo de emoção estava associada ao ato de ir ao dentista. Descobriram que duas das principais eram... o medo e a dor. Se você também treme só de pensar no barulho infernal do motorzinho, pelo menos agora já sabe que, antes, tudo era ainda pior.
Embora nosso imaginário sugira outra coisa, os dentistas estão bem longe de serem torturadores sádicos. Foram eles que batalharam, por exemplo, para inventar aanestesia, que nos livra de dores muito piores que as de dente. Tiveram ainda uma importante participação na pesquisa de medicamentos e cuidados que contribuíram muito para a evolução do saneamento e da saúde pública. Entretanto, é verdade que, apesar de ter se estabelecido em cima de sólidos preceitos científicos, a história da odontologia passa por alguns momentos horripilantes. Prepare-se para conhecê-la melhor a partir de agora. E pensar sobre isso quando estiver sentado numa sala de espera, lendo uma revista velha e ouvindo Ray Conniff, enquanto aguarda por mais uma sessão daquele famigerado tratamento de canal.
Grandes arrancadas
Há tempos os dentes nos causam dor de cabeça (e de dente, lógico). Pesquisadores da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, descobriram que, na África, uma bactéria causadora de cáries já infestava a boca de seres humanos há 100 mil anos. Os cuidados com os dentes também parecem ser bastante antigos – e podem não ter sido exclusividade da nossa espécie. Em setembro deste ano, paleontólogos espanhóis divulgaram a descoberta, na região de Madri, de dois molares neandertais com mais de 60 mil anos. Eles traziam marcas aparentemente causadas por gravetos de madeira, o que indica que esses hominídeos (que acabaram extintos) gostavam de palitar – ou “escovar” – os dentes.Os mais antigos relatos conhecidos sobre problemas com os dentes têm cerca de 5 mil anos. Eles dizem que as cáries seriam causadas por “vermes” e foram encontrados em tabletes de argila sumérios feitos na Mesopotâmia, a planície situada entre os rios Tigre e Eufrates (no atual Iraque). Na mesma região, foram achadas peças de limpeza dentária, como palitos feitos de metal trabalhado, que teriam sido elaboradas por volta de 3500 a.C. Demoraria um bocado, entretanto, para que alguém achasse necessário formar profissionais especializados em odontologia.
Os primeiros dentistas de que se tem notícia eram médicos. O mais antigo deles foi o egípcio Hesi-Re, que viveu há cerca de 4500 anos. Ele era conhecido como o “maior médico que tratava dos dentes” – modo como foi eternizado em hieróglifos. Parece que a especialidade de Hesi-Re e seus contemporâneos era a extração – é o que indicam os crânios banguelas daquela época que foram encontrados. O que não faltava era trabalho: os egípcios sofriam de uma grande variedade de enfermidades dentais, causadas por falta de higiene e por sua alimentação. A farinha usada no pão, base da dieta egípcia, vinha carregada de grãos de areia. O mesmo acontecia com os vegetais, que eram cultivados em solo arenoso e não eram lavados adequadamente. O hábito involuntário de mastigar areia causava um desgaste enorme nos dentes, além de inúmeros abcessos na boca.
Papiros catalogados na Universidade de Leipzig, na Alemanha, registram diversos tratamentos egípcios para doenças bucais. Para o dente que “corrói as partes altas da carne”, um deles recomenda “amassar uma pasta e aplicar sobre o dente uma parte de cominho, uma parte de incenso e uma parte de cebola” – imagine só o resultado. Já para os abcessos, o tratamento dos egípcios era feito com furos na gengiva, que aliviavam a pressão das bolas de pus que se formavam no local.
Na Grécia antiga, os hábitos de higiene bucal eram um pouco mais parecidos com os nossos. Diocles de Caristo, médico que viveu no século 4 a.C., aconselhava: “A cada manhã deveis esfregar vossas gengivas e dentes com os dedos desnudos e com menta finamente pulverizada, por dentro e por fora, e em seguida deveis retirar todas as partículas de alimento aderidas”. Já os romanos, influenciados pela cultura grega, usavam pós dentifrícios – parentes distantes dos cremes dentais – feitos à base de ossos, cascas de ovos e conchas de ostra. A escovação também foi defendida por ninguém menos que Maomé. No Oriente Médio do século 7, o fundador do islamismo orientava seus seguidores a usarem o siwak – o precursor da escova de dentes, feito de um ramo de árvore cuja madeira contém bicarbonato de sódio.
A principal contribuição dos muçulmanos para a odontologia foi dada por Avicena, que viveu entre 980 e 1037. Um dos médicos mais respeitados do Oriente Médio, ele lançou princípios que chegaram à Europa e se tornaram a base do tratamento dentário medieval. O principal deles se refere a fraturas de mandíbula: Avicena recomendava a aplicação de uma bandagem de fixação em torno do queixo, cabeça e pescoço, além de uma pequena tábua ao longo dos dentes.
Barbeiragens dentárias
Na Idade Média, os responsáveis por exercer a medicina eram os monges católicos. A coisa mudou de figura a partir de 1163, quando a Igreja os proibiu de realizar qualquer tipo de procedimento cirúrgico – incluindo os tratamentos dentários. Essas tarefas sobraram então para os barbeiros. Mas por quê? Em primeiro lugar, é bom dizer que os barbeiros medievais não cuidavam apenas de pêlos. De tanto ir aos mosteiros fazer a barba e tosar os cabelos dos monges, os barbeiros acabavam aprendendo um pouco de medicina com eles. Tornaram-se, com o tempo, auxiliares cirúrgicos dos monges, especializando-se nos diversos tipos de intervenção que os sacerdotes não podiam mais fazer. Tiravam pedras da bexiga, abriam abscessos, praticavam sangrias e, é claro, extraíam dentes. Com o passar dos anos e o afrouxamento da linha dura da Igreja, os monges puderam fazer cirurgias de novo. Mas os barbeiros tinham se tornado arrancadores de dentes tão bons nisso que alguns médicos encaminhavam a eles os pacientes que precisavam de ajuda odontológica.O aumento de prestígio dos cirurgiões-barbeiros, como passaram a ser chamados, começou a causar confusão dentro da medicina. Em 1540, o rei Henrique VIII, da Inglaterra, publicou um estatuto para a Real Comunidade dos Cirurgiões-Barbeiros, delimitando as áreas de atuação dos barbeiros e dos médicos. As extrações dentárias ficaram permitidas aos dois grupos. Até o século 18, a maior parte dos barbeiros seguiu oferecendo serviços dentários aos seus clientes. E a odontologiacontinuou sendo exercida de forma um tanto mambembe, por profissionais muitas vezes inaptos. Alguns, por exemplo, costumavam armar tendas em mercados e feiras livres – assistir às manipulações bucais feitas pelos barbeiros era uma das diversões preferidas dos passantes.
Enfim, uma ciência
O hábito de ter dentes arrancados em praça pública começou a mudar na época em que o francês Pierre Fauchard escreveu O Cirurgião Dentista. Publicado em 1728, o livro foi um marco na história da odontologia. “Aperfeiçoei e também inventei várias peças artificiais para a substituição dos dentes e para remediar sua perda completa, ainda que em prejuízo do meu próprio interesse”, escreveu, anunciando a invenção de pivôs e dentaduras – e achando que as soluções duradouras iriam diminuir sua clientela. Foi a partir do trabalho de Fauchard que a odontologia foi separada da medicina (e da barbearia).Além de ter sido pioneiro nas próteses, Fauchard dotou o gabinete de dentista de cadeira apropriada (antes os tratamentos eram, em geral, feitos no chão) e defendeu a odontologia preventiva. Algumas das receitas eram bizarras: Fauchard mandava, por exemplo, enxaguar a boca de manhã com várias colheradas da própria urina. Apesar disso, foi reverenciado por seus sucessores. “Considerando as circunstâncias em que viveu, Fauchard merece ser lembrado como um ilustre pioneiro e fundador da ciência odontológica. Se sua prática era tosca, isso se deveu aos tempos”, disse certa vez o dentista americano Chaplin Harris, que em 1840 fundou a primeira escola de odontologia do mundo, o Baltimore College of Dental Surgery, nos Estados Unidos.
Pouco depois que Harris fundou sua faculdade, um dentista americano deu uma contribuição decisiva para minimizar o sofrimento dos pacientes. Em 1844, o jovem Horace Wells resolveu fazer uma experiência em si mesmo: inalou óxido nitroso – ou “gás hilariante” – antes de um colega lhe extrair um dente. O gás havia sido descoberto em 1776 pelo cientista inglês Joseph Priestley, que provara sua capacidade de acalmar as dores físicas e provocar uma sensação agradável. Sob efeito do gás, Wells não sentiu dor alguma. E virou uma celebridade instantânea.
A fama de Wells, entretanto, durou pouco mais de um mês. Numa demonstração de extração dentária com óxido nitroso, feita diante de um grupo de cirurgiões da Universidade Harvard, o paciente sentiu uma dor danada. Tudo porque Wells retirou o gás antes do tempo. A banca examinadora não perdoou e ele acabou caindo em descrédito. Nesse meio-tempo, quem se deu bem foi William Thomas Green Morton, aluno de Wells que, aconselhado pelo químico Charles Jackson, substituiu o óxido nitroso por éter. Depois de fazer testes em animais e em si mesmo, extraiu um dente de um paciente com absoluto sucesso – ou seja, sem um só grito de dor.
Wells, Morton e Jackson se engalfinharam para provar quem tinha sido o inventor da anestesia. Em 1848, Wells acabou se suicidando de desgosto. Só seis anos depois é que um congresso da Associação Médica Americana resolveu bater o martelo e disse que o descobrimento da anestesia tinha sido obra do “recém-desaparecido Horace Wells”. Morton e Jackson morreram na miséria.
Após a controvertida invenção da anestesia, os dentistas ainda ajudaram muito no avanço das ciências da saúde – aperfeiçoando a radiografia, por exemplo. Mas nem por isso os pacientes sorriem de gratidão quando pensam nos tratamentos odontológicos. Há cerca de dez anos, a Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo fez uma pesquisa para saber que tipo de emoção estava associada ao ato de ir ao dentista. Descobriram que duas das principais eram... o medo e a dor. Se você também treme só de pensar no barulho infernal do motorzinho, pelo menos agora já sabe que, antes, tudo era ainda pior.
Excelente seleção de texto.
ResponderExcluirInspiradora.